terça-feira, 25 de outubro de 2011

Tupia de Coluna

A tupia de coluna é uma das maquinas mais versáteis numa marcenaria, pois permite que façamos os mais diversos acabamentos nas laterais das madeiras assim como cortes redondos, retos, frisos, machos e fêmeas para encaixe e união de tábuas e mais uma infinidade de desenhos e ou escavações para as mais diversas aplicações.
É uma maquina que apesar de “pequena” é extremamente forte e robusta agüentando o trabalho duro nos mais diversos tipos de madeiras, e uma de suas maiores características positivas além do seu trabalho, é a segurança em se trabalhar com ela, ao contrário da tupia de bancada que é a primeira colocada no ranking das maquinas decepadoras de dedos, as estatísticas mostram que a cada 10 pessoas com os dedos decepados em acidentes de trabalho, 5 são na tupia de bancada.

Existem três maneiras de se trabalhar com uma tupia de coluna, a primeira e que é a mais difícil é usar ela a mão livre, porém existem pessoas que são extremamente habilidosas e fazem dela como uma caneta na mão de um artista e desenham em madeira trabalhos fantásticos, mas é uma minoria que consegue fazer esta proeza. A segunda versão de trabalho é usando gabaritos dos mais diversos tipos quer sejam comprados prontos quer sejam fabricados em metal ou madeira exclusivamente projetados para a sua finalidade. Existem centenas de tipos de gabaritos, para cortes retos, cortes redondos, ovais, em curva e até gabaritos que acompanham o formato da madeira quando se trabalha com toras de madeira (tipo bolacha de madeira)




E a terceira e mais fácil versão para se trabalhar a madeira numa tupia de coluna, principalmente em cortes retos, na confecção de encaixes macho e fêmea e na utilização de abrir sulcos entre outros, é o sistema de usá-la invertida em uma mesa, pois assim conseguimos 100% de estabilidade da maquina que se torna estacionária sendo que assim é a madeira que se move e não a maquina, ao contrário das duas versões de uso apresentadas acima.

Existem diversas maneiras de se fazer uma mesa estacionaria para que a tupia de coluna trabalhe invertida, podem ser compradas prontas (metal) ou serem fabricadas em madeira, o principal neste tipo de mesa é que primeiro o tampo seja totalmente reto e nivelado para não haver oscilações na altura do corte e segundo que a máquina tenha um sistema de elevador manual ou elétrico onde à pinça possa subir totalmente para fora e baixar o suficiente para receber se for o caso o uso de bits restos.

Eu uso uma mesa da Wolfcraft RT 540 importada da Alemanha, infelizmente estas mesinhas não são mais fabricadas, mas existem outros modelos a venda no mercado bem como a possibilidade de se construir uma em metal nos moldes desta que em minha opinião é uma das melhores do mercado.

Eu aconselho a todos que forem iniciar com uma tupia de coluna que primeiro procurem uma marca mais em conta para saberem se vão se adaptar a maquina, não compre a melhor e a mais cara antes de saber se você vai dar conta do recado, não estou querendo assustar ninguém, mas a máquina apesar de ser muito simples de se trabalhar exige grande habilidade do operador, por isto mesmo a mesa será uma grande ajuda nos trabalhos idealizados, e é impressionante como o rendimento da tupia na mesa se agiganta em relação a trabalhar com ela na mão livre.

Este sistema de elevação foi desenvolvido em cima da marca Black & Decker, fui obrigado a radicalizar nela e depenei tudo que podia para adaptá-la ao sistema de elevação. Usei alguns pedaços de cantoneira, mais uns pedaços de ferro barra chata, um toco de barra roscada, duas porcas e um disco-manípulo de três pontas, tudo comprado num ferro velho e ao custo de R$ 12,50, mais 8 eletrodos.

Fiz uma caixa quadrada com as cantoneiras, depois um suporte com quatro pinos que se encaixam perfeitamente nos quatro orifícios da tampa superior da tupia e que neste caso esta para baixo e dois pinos neste ainda que corram num trilho para que ela suba e desça, um desses quatro trilhos é parafusado e não soldado caso seja necessário retirar a maquina para alguma manutenção. A fixação no tampo da mesa é feita por quatro parafusos com porca que vem junto com a mesa.

Apesar de funcionar muito bem o elevador ainda não está totalmente acabado, ainda falta dar um repasse nos cordões de solda e dar uma boa pintura para que o ferro não enferruje.

Futuramente postarei mais detalhes com mais fotos e todas as medidas e matérias usados e um passo a passo de como fazer um destes. Ainda falta fazer uma bancada para esta mesa.

Espero que tenham gostado, pois gastei centenas de neurônios pensando em como fazer ele












domingo, 25 de setembro de 2011

Aspirando Serragem na marcenaria

Um dos problemas que vejo constantemente em marcenarias ou em oficinas da madeira é a pouca importância que seus proprietários dão a fato do acumulo da serragem que as maquinas causam no ambiente de trabalho, na grande maioria depois de um serviço pronto o máximo que se faz é a limpeza com vassoura e pá para retirar o excesso da mesma das maquinas ou do piso, porém o maior problema está na serragem mais fina que fica em suspensão no ar e que se espalha por toda a marcenaria, além de insalubre e muito perigosa, principalmente aquela oriunda de madeiras sintéticas digamos assim como o MDF ou o MDP e que possuem vários elementos químicos e tóxicos na sua fabricação.

Mas a questão principal é que qualquer partícula quer seja de madeira natural ou destas industrializadas e que esteja em suspensão e seja absorvida pelas vias respiratórias de quem está no ambiente de trabalho se acumula nos pulmões e não tem mais como ser retirada, não existe tratamento para isto nem cirurgia que resolva quando a concentração deste nos pulmões chegar a um patamar muito alto.  
Claro que em pequenas quantidades aspiradas ao longo da vida nunca vai ter efeitos colaterais nem chegar ao ponto de causar invalidez em quem trabalha, pois pequenas quantidades são removidas pelas defesas do organismo em forma de catarro, o problema esta em passar todos os dias após anos e anos respirando sem proteção nenhuma em altas concentrações, ai sim a coisa pode complicar.

Então para evitarmos este tipo de problema é que devemos implantar todo um sistema de trabalho protegendo-se ao máximo possível de respirar poeiras das mais diversas origens produzidas em nossas oficinas, e para tanto existem vários pontos a serem observados e postos em pratica na marcenaria.

1° Projetar um sistema de circulação e renovação do ar do ambiente através de exaustores de parede ou janelas, quanto mais ventilada a marcenaria melhor, indiferente do clima se está frio ou calor o ar deverá ser renovado dentro do ambiente de trabalho, ventiladores posicionados em locais adequados e direcionados para fora ajudam muito no sistema de renovação do ar.

2° Uso de mascaras respiratórias com dois filtros laterais e com entrada e saída de ar independentes, eu uso as da Carbografite.
Evite usar mascaras cirúrgicas de papel, o efeito protetor destas é bem menor que as mascaras profissionais.

3° Uso de aspirador em todas as maquinas que produzam serragem.

Então tendo uma pequena idéia conforme acima dos procedimentos a serem tomados para evitar trabalhar num ambiente insalubre, quero demonstrar um sistema de aspirador caseiro adaptado que montei e que resolveu em muito meu problema com limpeza e com as partículas em suspensão na minha mini marcenaria.
O projeto foi copiado de um site americano, usando da centrifugação da serragem através de um cone acoplado a um balde de plástico, consegue-se que 99% da serragem coletada fique no balde, resultando num melhor aproveitamento do aspirador caseiro e consequentemente uma economia nos sacos do aspirador. Outro ponto a mencionar é que dentro deste sistema se cria um vácuo muito forte fazendo com que a potência da aspiração fique muito forte, só para se ter uma idéia, se a boca da mangueira que aspira a serragem for tapada com o aspirador em funcionamento o vácuo destrói o balde em segundos.

Em breve estarei trocando o balde por uma barrica de 50L, mas se seu uso é pequeno o balde de 20L vai resolver em muito seu problema









segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Madeiras Utilizáveis !!!

Apesar de ainda existir muita madeira de lei nova sendo vendido (legalmente) em centenas de madeireiras de todo o Brasil, assim como a possibilidade de se comprar, ganhar e até encontrar na rua jogada fora como lixo madeiras de lei em excelente estado de conservação, devemos e temos a obrigação de pormos em pratica o bom senso do não desperdício e o da preservação da matéria prima (madeira de lei).

Usando da criatividade e dos neurônios que Deus nos deu, o artesão, artista, marceneiro, carpinteiro ou o que quer que seja a denominação profissional ou hobbysta que você carrega, deverá ter um olho aguçado para quando olhar um simples pedaço de madeira saber que este pode ser utilizado individualmente ou em conjunto com outros recortes para compor uma peça.

Tudo tem sua utilidade e serve para alguma coisa, ai vai da criatividade de cada um e até do copyachon que se está fazendo, pois nem tudo se cria muito se copia adaptando para nossa maneira de saber fazer.

Então se lembre de quando avistar qualquer madeira que está dando sopa e sendo desprezada e que você usa no seu “atelier”, que ela pode ser de muita utilidade para suas criações, não se atenha apenas em madeiras novas.

Este exemplo de suporte para carabina de pressão que mostro aqui estava indo para o fogão a lenha, todo incrustado de pinturas antigas e até de muitas mãos de cal, e somente depois de trabalhada fui ver que era uma canela coqueiro e que no corte apresentou dezenas de anéis mostrando ter mais de 30 anos quando foi cortada no passado.

A aparência dela depois de lixada e encerada com carnaúba é de um esmero só, por mais simples que seja a peça muitas pessoas já quiseram comprá-la, assim também como um suporte de parede para um subwoofer de um home theater que rendeu das sobras.